O Diário de Pernambuco publicou matéria sobre o documentário Coco de improviso e a poesia solta no vento, de Natália Lopes. Confira:
Documentário resgata e revela a tradição do coco de improviso em Camaragibe
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
04/07/2011 | 11h36 | Folclore
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Assista ao vídeo
Assista a trecho de um show de Adiel Luna. Imagens: Reprodução da internet/ Youtube
Entre as décadas de 1940 e 1960 era comum encontros de coco em Camaragibe. Um coco com forte influência dos repentistas do interior, com versos feitos na hora, na base do improviso. Com a ditadura militar, veio a repressão aos movimentos populares e aos coquistas - muitos eram ligados a sindicatos. Nos últimos anos, o coco ressurgiu na cidade com as ações do ponto de cultura Tecer e do grupo Adiel Luna e Coco Camará. A história dessas duas gerações de coquistas chega nesta segunda às telas com o documentário Coco de improviso e a poesia solta no vento, dirigido por Natália Lopes, e que será lançado às 19h no Cinema da Fundação.
O filme de 25 minutos acompanha Adiel Luna, de 26 anos, em entrevistas com os remanescentes do auge do coco em Camaragibe. Ele se encontra e canta com Zeca do Pandeiro, Leôncio Bernardo e Ruy Pereira, os leva para tocar na Sambada da Laia - evento que completa cinco anos no próximo sábado, na Praça da Gruta - e faz uma festa na casa de Zeca Rito, anfitrião de encontros de coco na década de 1960. “Quando a gente encontrou os mestres, vimos que entre a geração deles e a minha houve um período muito grande sem produção”, conta Adiel no filme.
Nas entrevistas, os mestres citam quem eram os mestres quando eles estavam se iniciando no coco. Nomes hoje esquecidos da memória da cidade. “Quando eu comecei os caras eram Fome, Zé Boquinha, João Inguento, Ruy Pereira. Quando tudo acabou-se, ficou Zeca Rito como base. Eu aqui em São Lourenço da Mata e ele lá em Camaragibe”, lembra Leôncio Bernardo, 76 anos. Ruy Pereira entra no documentário já fazendo graça com o interesse dos jovens coquistas: “A minha idade é muita nova, meu amigo/ é oitenta e três anos que eu tenho/ e vocês ainda quer sambar comigo”.
Os encontros de coco eram a oportunidade para que os mais jovens escutassem e aprendessem com os mais velhos. Zeca do Pandeiro, por exemplo, foi aprendiz de Leôncio, dezesseis anos mais velho. “Ele me disse: ninguém ensina a ninguém, porque você já nasceu aprendido, mas vou aparar suas arestas”, Lembra Zeca.
Serviço
Lançamento de Coco de improviso e a poesia solta no vento
Quando: Nesta segunda, às 19h
Onde: Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Rua Henrique Dias,609, Derby)
Entrada gratuita
Por Carolina Santos, do Diario de Pernambuco
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