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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Vem aí a décima edição do Cine Chinelo no Pé



FILMES AO AR LIVRE E SEM CURADORIA

Pela décima primeira vez o Cine Chinelo NoPe exibe filmes curta-metragem ao ar livre nas sessões caldo de cana

O Cine Chinelo NoPE aporta o Recife Antigo para mais dois dias de sessões de curtas-metragens. Este ano, as sessões acontecem nos dias 02 e 03 de dezembro, na Rua da Alfândega. A já consagrada Sessão Caldo de Cana tem início às 20h e como é de costume, as pessoas que quiserem exibir os seus filmes precisam entregá-los entre às 17h e 19h, no Bar do João, na Rua da Moeda que estará sinalizado com um banner do evento no local de entrega. Após a sessão do dia 02, uma banda sem nome formada por olindenses fará um show instrumental. O nome da banda será criado durante o evento, tornando o show ainda mais integrado ao conceito caldo de cana. Já no dia 03 se apresentam Wassab com sua sonoridade visual e, fechando a noite no palco caldo de cana, o potiguar Sonic Junior dispara energia em waveform pelas caixas.

O Cine Chinelo NoPE consiste na exibição de produtos audiovisuais produzido, mais expressivamente, em Pernambuco. No entanto, a democrática estrutura de inserção do filme deixa sempre no ar a possibilidade de exibição de filmes de qualquer estado do Brasil e até do mundo, como já ocorrido em edições anteriores, em que foi exibido o filme Chain, realizado em Los Angeles pela carioca Ana Costa Ribeiro. Como é feito a mais de 7 anos, as pessoas levam os seus filmes e disputam amigavelmente espaço nos 150 minutos de exibição disponíveis diariamente. Não há curadoria, os filmes serão exibidos sem mesmo que a produção do festival conheça. Segundo o Coordenador Geral da Mostra, Gê Carvalho, "existe uma relação suygeneres entre o Cine Chinelo NoPE e os realizadores pernambucanos. A confiança na produção dessas pessoas é o que até hoje nos estimula a fazer o evento e o espaço é disputado numa boa porque prezamos pela qualidade da exibição mesmo tendo tantas variáveis externas incontroláveis, como por exemplo, carros e ruídos. O público é muito especial, e isso também chama a atenção dos realizadores para o Cine Chinelo NoPE".

Os vídeos são recebidos entre as 17h e 19h ou até o fechamento da sessão, que totaliza cento e cinquenta minutos por dia (150 minutos). Como não há curadoria prévia que determine o que será visto pelo público, os realizadores dos vídeos e seus espectadores são os curadores da mostra, para que o festival permaneça com o seu caráter livre e democrático.

Enquanto são exibidos os filmes, acontece o “Livre Registro”, documentário filmado espontaneamente pelo público presente em cada exibição e posteriormente montado, editado e distribuído pela produção do Cine Chinelo NoPE.

Recife é hoje um grande canal de desague de produções cinematográficas, tendo pernambucanos como referência mundial e o título de “melhores realizadores-cineastas do Brasil”. A produção independente também é crescente, isso ficou comprovado após dez edições do Cine Chinelo NoPE, cujo o evento exibiu aproximadamente 400 filmes ao longo de suas realizações, e em sua última edição foram exibidos 32 curtas-metragens, totalizando um pouco mais de 300 minutos de projeção. Assim como no ano passado, o evento é transmitido via streaming, através da internet. A transmissão será ao vivo, para todo o mundo e com acesso livre, podendo assim, impulsionar cada vez mais a visibilidade da mostra e seus incentivadores.

Além do reconhecimento geográfico, o Cine Chinelo NoPE também oferece uma premiação em parceria com a Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC). O “Prêmio Melhor Filme para Reflexão” será julgado por três cineclubistas filiados à FEPEC. Como na edição anterior, os realizadores podem ser congratulados pelo empenho em realizar obras que estimulem os questionamentos, debates e, consequentemente, formação do público.

Essa premiação possui um troféu especifico, produzido pela FEPEC. Além do prêmio, todos os realizadores que exibirem seus filmes podem disponibilizá-los para exibições em cineclubes filiados à entidade que representa a atividade no estado. Sendo possível um maior escoamento das obras, fazendo com que os filmes atinjam um público que não esteve presente no Cine Chinelo NoPE, a exemplo de moradores do interior do Estado de Pernambuco.

Já para aqueles que chegam ao Recife Antigo desavisados do grande acontecimento, o público poderá contar com o auxílio dos flanelinhas, identificados com o colete do festival para obter informações básicas sobre o evento e estacionamento no local.

HISTÓRIA – Como Surgiu o Cine Chinelo NoPE

O Cine Chinelo surgiu enquanto o pernambucano Gê Carvalho (Galego) morava em Niterói (RJ) como uma brincadeira para o então novo ciclo de amizade criado naquela cidade. No evento, quando feito entre quatro paredes, o público era composto por amigos e optavam por entrar de chinelo ou pagar uma prenda “cinematográfica-teatral” após a sessão.

A primeira vez no Recife, o Cine Chinelo, que ganhou o complemento “NoPE” para identificar e distinguir o novo núcleo “cine chinelesco”, aconteceu na garagem do edifício sem nome e sem número, em Candeias, onde morava o então idealizador. Um telão, um projetor e uma caixa de som fizeram muita gente parar numa rua qualquer, toda esburacada, para ver filmes de realizadores pernambucanos.

Após seis anos de realizações, na agitada Rua da Moeda, o Cine Chinelo NoPE é realizado hoje na Rua da Alfândega, no bairro do Recife Antigo por entre mesas, cadeira, amigos e ideias surgidas entre um filme e outro. O Cine Chinelo NoPE já é um evento esperado e desejado pelos realizadores de vídeos independentes, pelo público em geral, pelos donos de bares daquelas mediações e até por quem ainda nunca sentou numa cadeira ao ar livre e degustou o sabor de assistir, discutir e conhecer mais sobre cinema, de chinelo no pé.

O Cine Chinelo NoPE surgiu da reflexão que existe do potencial pernambucano para o audiovisual e que inspira constantemente o cenário independente. Tais obras são inspiradoras para aqueles que adquirem uma câmera digital e saem pelas ruas filmando sua cidade, seus costumes, seus medos, suas necessidades, suas ideias. No entanto, a maioria desses filmes são realizados e guardados nas gavetas ou no máximo, exibidos para os amigos e familiares. Já que os canais abertos de televisão possuem pouco espaço para à produção de audiovisual nacional, e quando se trata de filmes curtas-metragens independentes este espaço fica ainda mais restrito. Por isso, o Cine Chinelo NoPE firmou-se como canal de veiculação dessas produções, onde todos os anos o público se programa para conhecer o que há de novo nos olhares pernambucanos.

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